Se é que você (ainda) gosta de Deftones, chegou o seu melhor disco do ano. Entenda!

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* Sexta-feira passada, o dia em que o brutal grupo punk inglês Idles lançou seu terceiro disco arrasa-quarteirão, saiu lá na Califórnia o nono álbum da “velha” banda de nu-metal (ops, parece que não pode falar assim) Deftones.

Estou quase dizendo que o “Ohms” fez tanto barulho quanto o disco do Idles, de tão bem-recebido que foi pela galera. Sabe a galera?

Como foge um pouco a minha compreensão esse gatilho meio “era MTV”, fui pedir ao nosso poploader enviado aos sons pesados Fernando Scoczynski Filho para explicar a parada! E ele nos contou bonitinho que…

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Por Fernando Scoczynski Filho

Na música, sabemos que é quase regra uma banda gravar seus melhores trabalhos no início da carreira e depois lançar um disco aqui e ali menos inspirados, só como justificativa para uma nova turnê/reunião.

Pois esqueceram de avisar isso ao grupo californiano de metal alternativo (!) Deftones. Tocando já há três décadas juntos, a banda lançou o álbum “Ohms” na semana passada, seu nono disco. Parece repetitivo dizer isso, mas é tão bom quanto (ou melhor que) seus LPs ditos “clássicos”.

Quebrar expectativas já virou lugar-comum para o Deftones. Em 2010, após um período conturbado em que perderam seu baixista, se renovaram com o excelente “Diamond Eyes” – que já era bem avaliado na época, e só cresceu com o tempo, virando o favorito de muitos fãs.

Dois anos depois, veio o sétimo disco, “Koi No Yokan” – título esquisito que esconde o quão brilhante a música dele é, aprofundando ainda mais a complexidade e o imediatismo do som do quinteto. Também há quem diga que é o melhor deles – inclusive o autor deste texto. Em 2016, uma breve pausa na genialidade para o fraco “Gore”, que mesmo assim recebeu resenhas positivas em várias publicações.

E agora, temos “Ohms”, que volta à programação normal da banda de dez anos para cá, de fazer o ouvinte pensar: “Peraí, isso aqui está bom demais para ser verdade”.

Sim, “Ohms” é um dos melhores exemplos de música pesada que você pode ouvir neste ano. E, veja bem, estamos falando de um disco que saiu no mesmo dia que o novo do Idles. É difícil de descrever, mas o Deftones continua achando formas de inovar seu som dinâmico, quase um “loud-quiet-loud” mais refinado, com quebras de ritmo inesperadas, os riffs bem construídos de sempre, linhas de baixo que ficam na cabeça e até um solo de sintetizador meio Pink Floyd entre duas faixas.

Tão notável quanto essa progressão toda no som da banda é o fato de que, no início, eles eram (injustamente) enquadrados no terrível gênero conhecido como nu metal. De fato, eles vieram a inspirar um rebanho de bandas inferiores, que ficaram até mais famosas tocando sua própria versão do trabalho de início de carreira do Deftones.

Quando todas essas bandas tropeçaram/implodiram criativamente em meados dos anos 2000 (o próprio Deftones se inclui nisso, com dois trabalhos fracos à época), parecia que não havia futuro para aquele tipo de som. Como “Diamond Eyes” provou, e agora “Ohms” continua a provar, o Deftones claramente está além dessas definições de gênero.

Tudo isso para dizer: o disco novo está muito bom, sim. Obviamente que não é um som para todos – mas, se é para você, é maravilhoso. Recomendamos especialmente as faixas que abrem e fecham o disco – respectivamente, a brutal “Genesis” e a linda faixa-título. Ambas já receberam vídeos.

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